“Quando criança, escrevia.

Até me dar conta do quão vulnerável eu estaria ao fazer isso e mostrar para outras pessoas lerem. Como defesa, deixei de me confessar às páginas e, durante muito tempo, elas permaneceram em branco.

Aos 18 anos, mudei de país para estudar música. Quando as palavras eram mais fortes do que o medo de ser descoberto, arriscava rabiscar algumas ideias de versos e frases. Eram apenas rabiscos avulsos que, na maior parte das vezes, não tinham acompanhamento musical; quando tinham, eram abandonados sem conclusão.

Em 2004 – quase dez anos após minha mudança –, já trabalhava como músico profissional, acompanhando artistas conhecidos, gravando discos e trilhas sonoras. Tinha uma agenda bastante ocupada e o acúmulo do estresse – aliado a diversos outros fatores – culminou em um ataque de pânico. Fui parar no hospital.

Após esse episódio, resolvi efetuar algumas mudanças na minha vida: passei a ser mais seletivo com a quantidade – e a qualidade – dos trabalhos que aceitava fazer e a experimentar coisas que durante a adolescência havia deixado de experimentar por medo ou culpa, enfim...”

Trecho do posfácio


Depois dessa experiência, uma das coisas mais positivas que aconteceu, foi que recomecei a escrever, o que não fazia desde adolescente.

Foi um processo de terapia, catarse, durante o qual escrevia todos os dias.

No início procurei não me censurar, não duvidar e simplesmente escrever o que vinha à mente. Passados alguns meses, o que escrevia, começou a ter forma, rima.

Em 2016 resolvi fazer uma seleção e edição dos textos que, na minha opinião, conservavam um grau de honestidade, que ainda ressonavam comigo.

Após mais 4 anos de maturação, com a parada do mundo devido à pandemia, comecei a postar estes textos. Não que o mundo precisasse deles. Eu é que precisava soltá-los.

3 anos mais e está aqui o resultado desse caminho todo. Só Palavras!

Obrigado ao meu amigo Bruno Justi pela fagulha e feedback, à Bruna Ramos da Fonte pela seu tempo, conselhos, sugestões e fé nestas palavras.

Obrigado a toda equipe da Editora Versiprosa pelo tempo, paciência, dedicação e lindo trabalho!

Obrigado a Caro Pierotto pelo amor, pelo espelho e ensinamentos diários.

Obrigado a quem compartilhar de seu tempo e atenção ao ler estes retratos em forma de texto. Espero que eles possam trazer algo positivo.

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