As canções de Sem Palavras foram como migalhas encontradas durante essa caminhada de uma vida inteira… não sei quem as deixou, mas aceitei o convite a seguir explorando a jornada, desvendado o caminho, pouco a pouco ir descobrindo elas e por consequência, me descobrindo.
São, ao meu ver, músicas simples, canções de ninar. Destiladas, sintetizadas, despidas de tudo o que não é essencial. Não tem um caráter virtuosístico. Talvez sejam um manifesto anti-virtuoso…
Arranjos poderiam ter sido escritos, instrumentos e mil e um detalhes gravados em cima do violão, mas quanto mais escutava esse conjunto de composições, mais claro me parecia que deveriam ser lançadas assim, desse jeito. Como se fossem poemas, em voz singular.
É engraçado… depois de tanto tempo tocando violão, tenho muito claro que não sou um violonista clássico ou especialista em música brasileira; não estudei estes estilos de maneira aprofundada.
Toco violão de nylon porque foi meu primeiro instrumento, porque foi nele que nasceram - e ainda nascem - a maioria das minhas composições, porque foi, e ainda é ele o meu refúgio, meu remédio, meu consolo.
E Sem Palavras reflete isso. São canções, que apareceram ao longo dos anos mas que não têm tempo, não têm um estilo definido e nem rótulo. Ao mesmo tempo, acredito que elas sejam minha expressão mais honesta dentro do universo das seis cordas.